Faltam 53 min para ser dia 12/11/2012 e a exatamente 1 ano atrás, lá estavamos nós no hospital anciosos esperando pela chegada do herdeiro - Lorenzo Mascarello Paganini.
Um sistema complexo
Não escrevi nada sobre a chegada pois meu blog basicamente fala de programação mas este ano me senti motivado com a herança na prática. Me senti super afim de fazer uma relação entre a herança da vida real e a herança na programação orientada a objetos, que é um recurso extremamente útil para tornar os sistemas mais “orgânicos”.
Durante este último ano pensei muito e aconteceram muitas mudanças sobre como admirar e encarar a vida. Agora criou-se o contexto família e tudo se direcionou para que ela existisse.
Uma família é como um software. Quando eu nasci, eu era uma mera versão beta-0.0.1, poucas dependências (meus pais apenas) e lá vou eu hoje, completando 1 ano de meu primeiro stable-release. Me sinto exatamente assim. Uma versão estável do sistema. Após meu filho nascer a vontade de viver cresceu muito e o mais incrível é o foco do viver.
Não existe uma falta de motivação pois agora seu foco é manter sua cria viva. Algo extremamente instintivo invade seu cérebro e lhe torna um guardião protetor de seu filho. Esta foi uma das mudanças fisiológicas mais rápidas que aconteceram no meu corpo.
seres humanos melhores
Senti que algo nos muda como seres humanos após ter um filho. Nos tornamos compreensivos e amantes de nossos pequenos. A mudança ocorre naturalmente, não é necessário esforço.
Sempre lembro de muitas e muitas pessoas me falando sobre as dificuldades que enfrentaram quanti tiveram o primeiro filho e quando “começaram a vida” de casado, “trabalhando” muito para conquistar e sinto que parece que esta sensação faz parte da vida. Parece que tenho mais energia para manter meu corpo ativo e trabalhar mais e também tenho energia para ajudar da maneira que for possível para manter o filho na melhor condição.
Este sentimento de melhor condição deve ser o que fez a diferença para termos tanta tecnologia. Aquela famosa frase “quero dar para os meus filhos aquilo que não tive” parece que é injetada nas veias após o nascimento e tenho muitos planos em como ajudá-lo a ter uma infancia feliz.
o amor incondicional
Este é o que mais me admira. As vezes fico imaginando o futuro e vendo minha mãe na situação que se encontra. A vontade que ela tem de ajudar a poder fazer alguma coisa para estar ali presente e de alguma forma manifestar o seu amor para com o neto e o filho. Da parte da minha sogra é a mesma coisa. Também sinto o mesmo com os avós da Tânia que têm a oportunidade de conhecer o bisneto e também se sentem assim.
Imagino quando meu filho tiver filhos vou querer ajuda-lo da mesma maneira como a minha mãe tenta hoje. Sinto este sentimento muito maravilhoso e responsável por tornar nossos caráters tão diferentes e únicos.
Através desta relação única com cada familiar nos graus de parentesco se forma um indivíduo único. Um ser que é a mistura de todos eles. Influenciado pelos mais próximos mas herdando características únicas de cada um dos indivíduos que fazem parte de todas as gerações desta família.
a admiração pela vida
A coisa mais linda do universo é ver seu filho descobrindo algo novo. A felicidade, as expressões, os testes e os sentidos. Um ser tão novo e inocente, naturalmente feliz. Naturalmente tentando entender tudo e querendo saber sobre tudo a sua volta. Um curioso observador.
a valorização da vida
Quando o Lorenzo ficou doente pela primeira vez, não acreditei o quanto fiquei me sentindo mal. Parece que nosso corpo não aceita a doença em nossos filhos. Bate um desespero real e aquela boa vontade de “tomar as dores” e tentar mante-lo o mais seguro possível é intermitente.
Senti que queria pegar as enfermeiras pelo pescoço quando foram tirar sangue dele e foi muito cruel para mim ter que acompanha-lo durante este procedimento sem faze-lo.